Resenha “Extraordinário”

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“Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e pudesse fazer um desejo, pediria para ter um rosto comum, em que ninguém nunca prestasse atenção. Pediria para poder andar na rua sem que as pessoas me vissem e depois fingissem olhar para o lado. Sabe o que eu acho? A única razão de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma.”

Extraordinário é sobre a história linda e tocante de August Pullman, um garoto de 10 anos que nasceu com uma síndrome derivada de uma anomalia genética rara, cuja maior consequência é uma deformidade facial que carregará para o resto da vida, mesmo após já ter feito incontáveis plásticas ao longo de seus 10 anos.

Auggie, como é carinhosamente chamado pela família e pelos poucos amigos que possui no início da trama, é um garoto engraçado, inteligente, corajoso e muito amoroso. A obra se desenvolve à partir da decisão de seus pais de mandá-lo para a escola pela primeira vez, já que até então ele era educado em casa pela mãe. A princípio Auggie resiste à ideia, com medo do que irá enfrentar no novo ambiente, mas após visitar a escola e conhecer alguns dos alunos encarregados de apresentá-lo ao seu novo local de estudo, aceita o desafio, mudando sua vida radicalmente.

Como já esperado, o primeiro de ano de Auggie na escola não é nada fácil. Ele, que – mesmo sabendo ser impossível – pretendia passar despercebido por todos, é logo notado e se torna alvo de brincadeiras maldosas, ao mesmo tempo em que é ignorado pelos alunos da escola que não querem se aproximar nem ser tocados por ele, seja por maldade ou por medo, exceto  por Summer, que incomodada com o que os outros alunos fazem com Auggie e por vê-lo almoçando sozinho, se aproxima e imediatamente cria um laço de amizade muito forte com ele, fazendo com que todos os seus amigo se afastem dela também.

“Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil.”

O livro é dividido em 8 partes narradas pelo próprio August e pelas pessoas mais próximas dele, começando pela irmã Olivia, ou Via, como todas a chamam, em que cada uma delas descreve a sua visão e o sentimento com relação à Auggie, o que nos faz ter uma percepção ainda mais intensa da vida dele e de todos à sua volta.

Mesmo com a deformidade e necessitando de cuidados especiais por ter uma saúde limitada, August não é uma criança deprimida por conta de sua condição física, pelo contrário, é feliz, bem-humorado, forte, consciente e, apesar de, como todo ser humano, chorar algumas vezes, não se faz de coitado em momento algum. Tem uma família que o ama muito, o defende e o preparou para o preconceito, a maldade e o bullying que seria obrigado a suportar no convívio em sociedade.

Nessa obra extremamente cativante, aprendemos com Auggie sobre superação, amizade e a enxergar a vida com sensibilidade e o próximo com respeito, gentileza e igualdade. Ao longo do caminho ele encontra pessoas tão especiais quanto ele que o apoiam e passam a amá-lo pelo que ele é e principalmente por quem ele é. Uma história encantadora que, ao final, nos deixa com saudades da companhia do Extraordinário August Pullman e com esperança de um mundo melhor, no qual a regra de vida de todas as pessoas é “sempre tentar ser um pouco mais gentil que o necessário”.

A obra foi inspirada após um episódio presenciado pela autora norte americana R. J. Palacio, na companhia de seus dois filhos, de 3 e 10 anos. Ao entrarem em uma sorveteria e se depararem com uma garotinha com  grave deformidade facial, seus dois filhos tiveram uma reação negativa, fazendo com que Palacio logo os tirasse de perto, não por causa deles, mas para não magoar a menina, não conseguindo deixar de pensar nela depois, em como seria sua vida e de sua família, mesmo que jamais a tenha visto novamente.

Para nossa felicidade, essa história fascinante virou filme e estreia em 2017 nos cinemas brasileiros. O filme homônimo será estrelado por Jacob Tremblay (O Quarto de Jack), no papel de Auggie, Julia Roberts e Owen Wilson. Corre que ainda dá tempo de ler o livro! 🙂

“Acho que devia haver uma regra que determinasse que todas as pessoas do mundo tinham que ser aplaudidas de pé pelo menos uma vez na vida.”

Ano:2013
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 320
Nota: 4/5

Comentários no Clube do Livro

“O Auggie mudou meu jeito de ver a vida.” – Munique

“Esse livro é uma grande lição para todas as idades.”Pati Belmonte

“Como o título diz, é um livro extraordinário. Me apaixonei pela história!” – Gi

“Para mim, o Auggie é uma das pessoas mais bonitas do mundo. Queria ser amiga dele.” – Juliana Justo

“De cara me apaixonei pelo August por ele ser uma criança especial, não pela aparência, mas pelo bom humor, via o quanto as pessoas se incomodavam ou se assustavam com sua aparência, na verdade ele sofria o tal de bulling, mas encarava tudo numa boa porque ele era muito amado, a aparência não o fazia se sentir um coitado.”  Ely Penha

Resenha por: Camila

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